Antes mesmo das 15h, quando a apuração ainda nem tinha começado ainda, as arquibancadas do ginásio do Álvares Cabral já mostravam que havia uma expectativa maior dos torcedores da Boa Vista, que compareceram ao local da apuração em maior número.

Eufórico, o intérprete e presidente da Águia, Emerson Xumbrega, destacou o planejamento e o canto forte da comunidade como dois diferenciais da agremiação. “Nos planejamos de forma organizada. Vimos uma comunidade unida, uma diretoria unida, com humildade e cabeça fria para corrigir os erros do ano anterior. Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos, também esteve conosco na avenida, tenho certeza”, declarou.

Para o próximo ano, a escola de Cariacica deve manter os mestres (à frente da bateria vêm Gustavo e Jacaré) e a parceria para a composição do samba-enredo, que recebeu três notas 10 dos julgadores. “Sentimos desde a gravação que as pessoas cantavam com animação. Não teve vaidade alguma”, disse Xumbrega.

Verde e rosa de volta

O presidente Márcio Ricardo, da Andaraí, que voltou ao Grupo Especial, já deu o recado: a verde e rosa pretende não só lutar para continuar no sábado, mas também para figurar entre as três melhores colocadas. Já existem duas possibilidades de enredo, que não foram reveladas por ainda estarem em negociação.

Destaque reconhecido

As melhores notas da Andaraí foram no quesito comissão de frente, que realmente se destacou na passarela durante o primeiro dia de carnaval. O setor, sob responsabilidade do coreógrafo George Falcão, interagia muito bem com o casal de mestre-sala e porta-bandeira.

Acirrado

Surpreendeu a disputa décimo a décimo pelo segundo lugar do Grupo Especial. Na modesta opinião da coluna, o resultado geral do carnaval capixaba foi bem justa, mas a Mocidade Unida da Glória (MUG), que apresentou um belo desfile ao público e aos jurados, poderia ter sido melhor avaliada. Apesar de descartada, por ser a menor nota entre as três do quesito, não deu para entender os 9.6 dados ao casal de mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo.

Bateria nota 10

Apesar de ter sido rebaixada para o grupo A, a Pega no Samba foi a única agremiação que desfilou no sábado e conquistou três notas 10 no quesito bateria. Uma salva de palmas para o trabalho do Mestre Jorginho e para os ritmistas da Locomotiva da Consolação.

Mais bateria nota 10

Já no desfile de sexta-feira, no grupo A, a única bateria com três notas 10 foi a da Tradição Serrana, comandada pelo Mestre Everton Rosa, cria da Piedade. Nosso reconhecimento a toda a diretoria de bateria da escola.

Decepção

Como a coluna já tinha adiantado, a Rosas de Ouro foi mesmo o fiasco do primeiro dia de desfiles. Sem cumprir quesitos obrigatórios, como alegorias e adereços, foi penalizada em mais de 8 pontos, amargando o último lugar, com 141.7 pontos.

Cortar logo o telão?

Era visível a insatisfação de todos com a falta de um telão para reproduzir a tabela com as notas. Antes de começar a divulgar cada nota, o presidente da Liga, Rogério Sarmento, justificou-se ao público presente: “Não tivemos receita para manter o equipamento neste ano”. Foi vaiado.

Força de vontade

Um acerto da Liga foi o reconhecimento do árduo trabalho realizado pelas diretorias, que se viraram bem com pouco recurso e se reinventaram para colocas as escolas na avenida em época de crise. “Foi a força de vontade que colocou o carnaval no Sambão do Povo. Chegamos a sentar várias vezes em reunião com os presidentes para rever a estrutura, o tamanho, porque as escolas enfrentaram uma série de dificuldades”, disse, em entrevista à coluna.

Escondendo o jogo

Sarmento ainda brincou ao dizer que os presidentes escondem o jogo da Liga, que sempre é surpreendida com o resultado apresentado no Sambão. “Quando deu o sinal verde no Sambão, ficamos todos de boca aberta. Ajudamos na medida do possível, mas eles tiraram leite de pedra. A captação de recursos neste ano foi um fiasco”, destacou o presidente.

Cadê vocês?

Sarmento fez questão de lembrar que a iniciativa privada deu as costas ao carnaval capixaba. O presidente da Liga disse que a entidade ainda não conseguiu diagnosticar o motivo do desinteresse das empresas. “Geralmente, eles (empresários) não querem saber de apoiar, mas estão lá no camarote, porque acabam ganhando ingresso de alguém. Eles precisam botar a mão na consciência e ver o tamanho do nosso trabalho, que precisa de ajuda e dá uma mídia enorme”, desabafou.